Pq eu?

Ônibus? Nãoo!
Ônibus? Nãooo!
Ônibus? Nãoooo!

O que é que eu to fazendo aqui, nesse ponto de ônibus?

(ultraje - ônibus)

Bem, o que é (mesmo) que eu estou fazendo aqui junto com mais 15 companheiros (literalmente) desprovidos da moeda vigente do país (e dos outros paises também), tentando se proteger da chuva neste ponto de ônibus?
Junto com uma senhora que insiste (mesmo em um pq e aperto ‘metrocúbicoquadrado)’ ficar com o guarda-chuva aberto, mesmo ignorando o estado do seu bem-maior (o guarda-chuva, pois feliz do pobre que tem um!), que encontra-se: torto e com a ponta do ferro-enferrujado prestes a cegar alguém.

Mãs ‘No Problem’ mi senhoura, eu prefiro a chuva mesmo, tá?

Enfim, chega ônibus, claro que não é o que eu queria (prazer, Daphine!), mas passaram-se tantas horas que a solução é pegar aquele mesmo. Então deu-se a largada para a maratona “ São Mercedão Metropolitana”. Fila para subir, a senhoura subindo para o ônibus (ainda) com o guarda-chuva aberto. Ai!

Okay, 1º prova realizada com sucesso: passou-se a roleta. De pé, tentando arrumar um espaço no ferro para se segurar (opa, nem preciso me segurar, tem tanta gente, que estamos tão comprimidos, que nem se quiséssemos teria espaço para cair).

Então inicia-se a 2º etapa: Decisão!. Continua no lugar sonhando que a moça que está sentando no banco a sua frente saía logo ou então iniciar o : "dá licença, por favor deixa eu passar, blá" e ir para a porta de saída já que até conseguir chegar lá já chegou a hora de descer?.

Pensamentos interrompidos com um (glorioso): "Dá licença?" – Sim, leitores, era a moça sentada. Obrigada Senhor, sim Deus existe! Uma miragem? o banco vazio só para mim!?!? Sento (Momento de Plena Felicidade!).


Mãããsss, como já é comprovado cientificamente que felicidade de pobre dura ‘quasenada- nada mesmo’, aparece uma senhora – sim daquelas bem velhinhas que aparentam problemas na coluna e perna inchada. Sim, com 45 lugares ela para justo na sua frente.
Reação imediata? Fechar os olhos!!!
Sim, finjo dormir, mas sou impedida pela tal da consciência que insiste em me lembrar que aquilo é errado, que um dia ficarei iguale toda aquele blá, blá, blá de sempre.

Então, não mais que a minha obrigação:

- Senta aqui, senhora!
- Obrigada filha, deixa que eu seguro a sua bolsa!!!

E lá vou eu seguindo viagem, cansada, porém com a consciência tranqüila.