Família

“Família - e! Família - a! Família!”

Definitivamente não existe nada mais estranho e bizarro que a minha família. Sim a minha. Só a minha!

Principalmente aquela que aparece do nada na sua casa, sim aquela que quando toca o interfone você já sente um frio na barriga (é a intuição) e quando atende e ouve aquela voz (da tia mala), disfarça e solta um – “Tocou errado, é na casa 5” (sim você finge que é a vizinha e ainda a faz pensar que ela tocou errado e ouve o seu tio gritar: “Porr@ tu não enxergas os números?”) e usa esses únicos minutos (bem poucos mesmo) que te restam para: você acusar a sua mãe por tal família, pegar umas peças de roupas, se esconder nos fundos e esperar toda aquela gente entrar (todas aquelas 15 ‘gentes’ entrar) para "Hasta lá vista baby”.

Pq? Pq? A minha família não pode ser normal como todas as outras?

Pq só a minha família inventa almoço de domingo, em pleno jogo Corinthians X Santos, só para sair uma confusão do tamanho do mundo, e no final deste, com total falta de vergonha na cara, remarca um outro delicioso almoço-de-domingo.

Pq (só) a minha família quando se encontra só sabe falar dos outros, coisas do tipo: Viu como fulana ta gorda? E o cabelo dela? “E o homem galinha que ela ta saindo, acredita que ele deu bola para mim?” (eu não acredito);

Pq só a minha ‘triste e infeliz’ pessoa tem um tio que tem um violão que vem na sua casa e ficam cantando o dia inteiro, músicas do tipo: “Boêmia aqui me tem de regresso” e que as minhas tias e mãe morrem de chorar por lembrar de algo, motivo este que elas choram por tudo e a qualquer instante;

Pq? Pq? A ‘my family’ é integrada por aquelas ‘senhouras’ que se sentem garotinhas que se embebedam com cerveja KRILL (sim Krill, pois se não bastasse a minha família ainda é POBRE) e dão risadas pouco baixas (sabe?) e ficam te tirando para dançar na frente dos seus amigos (Não tia, eu não quero dançar).

E ainda, quando questiono: Pq eu? Pq eu?

Ouço da minha mãe:

- Você quem escolheu a sua família!

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Não mãe, não fui eu mesmo!