quinta-feira, abril 05, 2012

Estava escrevendo uma carta ...

Mais uma vez (de tantas) desligamos o telefone enquanto o outro ainda falava, não que isso me choque, virou tão natural como o “Tá calor hoje!” para um desconhecido ao entrar no elevador.

Percebe, que a falta de respeito de um para com o outro, perdeu-se? Se é que um dia ela existiu.

O motivo desta carta é simples, não sabemos conversar um com o outro, nos vitimizamos, ofendemos, gritamos como duas crianças. Taí, duas crianças que fizeram uma criança que nada tem haver com nossos conflitos, absolutamente nada, e por ironia é a quem mais perde.

Não sei seu conceito de família, nunca entendi. Às vezes nem eu entendo o meu, mas só gostaria que a Maria Júlia fizesse parte onde se sentisse segura (Entende aquela coisinha de criança: “Me bateu? Agora vou contar para o meu pai e você vai ver só!), já teve esse sensação? Se não, acha justo SUA filha não ter por falta de conhecimento seu? Hey, os 40 já lhe bateu na porta, a ‘bola’ agora é contigo.

E o que você faz?

Pagar uma pensão alimentícia (a qual você tem inteira noção que é destinada exclusivamente a ela) e dar presentes em datas especiais não gera amor, apenas interesse ( “ Olha vou sair com meu pai, pois ele me compra bonecas!)

Fica fácil né? Pegar uma criança arrumada, com roupas limpas, DVD (para entertê-la) e devolver no dia seguinte.

Uma criança é tão mais que isso: Uma criança é acorda lá com carinho às 06h e convencê-la a sair da cama, embora esteja com sono, para ir à escola, aprender as letrinhas, ouvir historinhas, brincar com os amiguinhos enquanto a MAMÃE trabalha para ganhar dinheirinho para que juntas possam passear.

Ter um filho é dar banho, convencer que não está frio, que é só uma preguiçinha que logo passa, vesti-lá com o uniforme limpo, cheiroso, arrumar os cabelos para que ela se sinta a Princesa Sereia de Caudas que ele ADORA ver na TV.

A caminho da escola, lhe mostrar o passarinho, o quanto o cachorrinho é fofinho, falar baixo que o moço está dormindo na calçada, pular buraquinhos e chegando lá ter que convencer novamente o porque ela ter que ficar ali, com aquela carinha triste “Mamãe vem buscar Majus” e só com essa certeza ela se juntar com as professoras.

Desconsidere todo esse passeio em dias de chuva, São Pedro, às vezes castiga, e no colo é bolsa, mochila, criança, guarda-chuva e aquela sensação de: se ela gripar?

Ter filho pequeno é reduzir hora de almoço para poder sair, um ‘piquinho’ mais cedo para estar na porta às 17h e ir correndo para ser a primeira a pegá-la para receber aquele sorriso junto do berro: “MAMÃEEE”, (eitah abracinho gostoso)

Voltar para casa cantarolando a nova músiquinha da escola enquanto seu corpo dói pelo puxado dia de trabalho.

Ser mãe e passar a noite ao lado do filho devido uma crise de tosse e no temor da sua segurança, sair pegando tudo para passar a madrugada no hospital, sofrer por cada agulhanda, segurando firme na mão para que ela entenda: "A mamãe está aqui!". E depois de deixá-la em casa, sair literalmente correndo para o serviço, pois diferente dos que muitos pensam mãe também trabalha ...


Daí desisti, pq você é um BOSTA e não vale linha nenhuma.

Nenhum comentário: